domingo, 11 de setembro de 2011

AS EMOÇÔES E AS DOENÇAS

Normalmente o termo emoção é usado para expressar sentimentos e humor que se reflete em respostas comportamentais e endócrinas. A doença que no latim significa padecimento é o estado resultante da consciência e significa perda da homeostase no organismo. Nós criamos as doenças e somos responsáveis por tudo que ocorre com o nosso organismo. É de vital importância descobrir qual a emoção que está por trás do sintoma apresentado quando adoecemos, pois emoções como pesar, tristeza, raiva e vingança dão origem a diversas doenças. Cada emoção a que é somos submetidos é um acontecimento físico. Quando se experimenta uma forte reação emocional, mesmo causada por um filme, ocorre secreção de hormônios alterando o equilíbrio endócrino assim como o fluxo sanguíneo e a pressão, inibe o processo digestivo, altera a respiração e a temperatura da pele. Um estado prolongado de perturbação emocional dá origem a doença. O corpo realiza esforços constantes no sentido de manter-se em homeostase, quando a tensão interfere nesse equilíbrio, o corpo busca adaptação através de alterações em sua química podendo causar danos no organismo, leste dano denomina-se moléstias da adaptação, que tem como principal fonte alterações externas com componentes emocionais. Esse artigo abordará a fisiologia da emoção e a origem das doenças.

1– O Sistema Nervoso

Juntamente com o sistema endócrino faz com que o organismo perceba as variações do meio e permite que executem respostas para que seja mantido a homeostase.E divide-se em dois:

Sistema Nervoso Central – SNC – Encéfalo e Medula Espinhal – Processamento e integração de informações.

Sistema Nervoso Periférico – SNP – Nervos e Gânglios – Condução de informações entre órgãos receptores de estímulos, o sistema nervoso central e músculos, glândulas, etc.

1.1 – Sistema Nervoso Central

A fisiologia do sistema nervoso central conta com a interação de diversas partes do corpo como veremos a seguir:

No encéfalo, as informações de diversas partes do corpo chegam se integram e dão origem a impulsos nervosos que são emitidos para diversas áreas do corpo.Essas mensagens com exceção das provenientes dos receptores do olfato passam pelo tálamo, que é o responsável pela condução dos impulsos nervosos às regiões apropriadas de cérebro onde serão processados antes de chegar ao córtex cerebral. O hipotálamo desempenha a função de centro integrador dos órgãos viscerais, sendo o responsável pela homeostase do corpo. Ligando o sistema nervoso ao sistema endócrino, atua nas glândulas endócrinas, controla a temperatura corporal, regula o apetite, está envolvido na emoção e no comportamento sexual. O tronco encefálico conecta o cérebro à medula espinhal, integra as informações que chegam ao encéfalo e controla a atividade das partes do corpo.O cerebelo é o responsável pela manutenção do equilíbrio do corpo permitindo realizar funções como tocar piano, andar de bicicleta etc. Por último a medula espinhal que tem a função de elaborar respostas para os estímulos, permite que o corpo reaja em situações de emergência. Funciona como estação retransmissora para o encéfalo de todas as informações colhidas no corpo e vice-versa.

1.2 – O Sistema Nervoso Periférico

O sistema nervoso periférico se divide em dois: voluntário ou somático e autônomo.

A função do sistema nervoso periférico voluntário ou somático é reagir aos estímulos provenientes do meio externo, constituído por fibras motoras que conduzem os impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos. Suas ações voluntárias resultam das contrações dos músculos estriados esqueléticos, sobre ele temos o controle consciente.

Já o sistema nervoso periférico autônomo também chamado de involuntário, visceral ou automático possui ações involuntárias resultante da contração das musculaturas lisas e cardíacas ativadas pelas fibras nervosas que conduzem os impulsos do sistema nervoso central. Tem como função a homeostase do corpo, auxiliando no controle da pressão arterial, secreção gastrintestinal, sudorese, temperatura corporal entre outras. Está ligado aos órgãos e às vísceras e é dividido em duas partes: o simpático e o para-simpático.

1.3 - Sistema Nervoso Periférico Autônomo Simpático e Sistema Nervoso Periférico Autônomo Parassimpático

O sistema nervoso periférico autônomo é dividido em dois: Simpático e Parassimpático se diferenciam na estrutura e função. Os gânglios da via simpática localizam-se ao lado do sistema nervoso central distante do órgão já os gânglios da via parassimpática se localizam longe da medula próximo ou dentro dos órgãos.

Tanto as fibras nervosas simpáticas quanto as parassimpáticas inervam os mesmos órgãos, mas trabalham antagonicamente, uma estimula o órgão enquanto a outra inibe, mantendo a homeostase dos órgãos.

O sistema nervoso periférico autônomo simpático responde pelas situações em que o organismo responde ao stress. Os ramos nervosos simpáticos saem das vértebras torácicas. Os nervos simpáticos enervam cada órgão e quando estimulados em atividades aumentam os batimentos cardíacos, a velocidade de respiração, segregam adrenalina e diminuem a digestão. Esta é a resposta da luta ou fuga e todos experimentam isto quando em momentos de tensão.

Enquanto isso, o sistema nervoso periférico autônomo parassimpático é o contra peso do sistema nervoso periférico autônomo simpático, quando suas fibras se tornam ativas diminuem os batimentos cardíacos, a taxa da respiração diminui, e aumenta a digestão e o peristaltismo. Este é o sistema nervoso do descanso.Sai do sacro e crânio viajando destas saídas aos mesmos órgãos que o sistema nervoso simpático enerva.

Os sistemas simpático e para-simpático trabalham em conjunto equilibrando as necessidades do corpo. Uma atividade simpática por período prolongado esgota o corpo causando stress.

2– O Sistema Límbico

No córtex cerebral, há um local responsável pela tomada de consciência das emoções que sentimos e com a consciência dessas emoções, nosso organismo manifesta alterações orgânicas compatíveis. São respostas do sistema nervoso autônomo ou visceral chamadas de respostas autonômicas.

Para a ocorrência dessas respostas autonômicas, sejam elas endócrinas, vegetativas (palpitação, sudorese, etc) ou motoras, há necessidade de um comando neurológico. Para tal, quem entra em ação são as porções subcorticais do sistema nervoso, tais como a Amígdala, o Hipotálamo e o Tronco Cerebral. Essas respostas são importantes, pois preparam o organismo para a ação necessária e comunica os estados emocionais ao ambiente.

Cannon e Bard propuseram a idéia, até hoje aceita, da dupla função das estruturas subcorticais Hipotálamo e Tálamo, são eles que fornecem os comandos orgânicos das respostas emocionais e ao córtex as informações necessárias para a consciência dessas emoções.

Hoje, entende-se o comportamento emocional como uma interação entre o córtex cerebral, as estruturas subcorticais e a periferia orgânica. O córtex cria uma resposta cognitiva (consciente) à informação periférica (dos sentidos), resposta esta compatível com as expectativas do indivíduo e de seu contexto.

As estruturas subcorticais envolvidas na emoção foram denominadas de Sistema Límbico. E os mecanismos que controlam os níveis de atividade nas diferentes partes do encéfalo, as bases dos impulsos da motivação, principalmente a motivação para o processo de aprendizagem, bem como as sensações de prazer ou punição, são realizadas em grande parte pelas regiões basais do cérebro e em conjunto, são derivadas do Sistema Límbico.

Aqui se desenvolvem as funções afetivas e o comportamento lúdico. Emoções e sentimentos, como ira, pavor, paixão, amor, ódio, alegria e tristeza, são originadas no Sistema Límbico. Também é responsável por alguns aspectos da identidade pessoal e por importantes funções ligadas à memória. Está envolvido na formação dos sonhos e da experiência inconsciente. De fato, a mente inconsciente não é nenhuma realidade abstrata ou conceitual, mas fisiologicamente é a elaboração da vida ou dos estímulos que ela oferece organizados no sistema Límbico-Hipotalâmico.

3 – Psicossomática

O termo psicossomática é relativamente novo, foi utilizado pela primeira vez em literatura médica em 1922, porém foi através da Dra. Dunbar em sua obra Emotions and Bodily Change que se tornou conhecido durante a década de trinta.

A medicina psicossomática (do grego psyche= alma, soma = corpo) é o estudo das relações entre as emoções e os males do corpo. Descreve a abordagem da unidade mente-corpo e todo o modo de vida segundo o qual a saúde é considerada.

3.1 - A Cura Através Do Tempo

Desde o início dos tempos a vida e a morte fazem parte do maior mistério do homem.

As práticas terapêuticas eram ligadas as crenças dos povos. Existindo assim os curandeiros que interviam quando o homem adoecia, lutando contra as forças malignas com suas ervas para livrar o homem das forças do mal, ou da doença.

A compreensão de que a mente e o corpo são inter-relacionados remonta a pelo menos 4.500 anos. Huang Ti – Imperador Amarelo da China observou, que a frustração fazia com que as pessoas ficassem fisicamente doentes.


Fonte: file:///F:/AS%20EMOÇÕES%20E%20A%20DOENÇA.mht#ixzz1XgsMYMZD